Foi publicado um estudo interessante que vincula falta de apego com a mãe na infância com risco aumentado de obesidade na adolescência, um relacionamento que pode parecer um pouco estranho, mas tem sua base e, a propósito, muito relevante.
O tipo de relacionamento estabelecido com o bebê tem consequências para sua saúde, também a longo prazo. O apego da mãe ao bebê é medido com base em sua capacidade e vontade de atender às necessidades físicas e emocionais da criança. Quando suas necessidades básicas não são atendidas, a criança desenvolve uma resposta ao estresse que tenta acalmar a comida.
Não há dúvida de que na obesidade existe um forte componente emocional, que pode ter sua origem na falta de apego à mãe na infância.
Segundo o estudo, ao analisar os dados de quase mil filhos, menos sensível a mãe às necessidades emocionais do filho, ou seja, menor capacidade de reconhecer o estado emocional do filho e responder a ele corretamente, ele tinha mais risco de ser obeso aos 15 anos.
Das crianças que tiveram um baixo vínculo emocional com as mães, 25%, uma em cada quatro, eram obesas, enquanto apenas 13% tinham esse excesso de peso se o vínculo estivesse mais próximo.
Acredita-se que a associação entre falta de apego à mãe e aumento do risco de obesidade Pode ter origem cerebral, uma vez que o sistema límbico do cérebro é o que controla emoções e respostas ao estresse, mas também é responsável por regular o ciclo do sono, fome, sede e outros processos metabólicos.
De acordo com a Dra. Sarah Anderson, da Universidade de Ohio, autora do estudo,
"Uma resposta bem regulada ao estresse pode afetar a maneira como as crianças comem e dormem, dois fatores que influenciam diretamente o desenvolvimento da obesidade".
Portanto, ao falar sobre prevenção da obesidade infantil, deve-se levar em consideração, além de alimentação e exercício, a promoção de um forte e estreito vínculo afetivo mãe-filho. É uma base fundamental para um desenvolvimento integral saudável.