Possíveis intervenções de rotina no parto: amnioscopia

Quando uma mulher vai ao hospital para dar à luz e é internada, os profissionais começam a seguir um protocolo de ação de acordo com o tipo de parto que a mulher está tendo, com intervenções mais ou menos padronizadas e outras que chegarão apenas se necessário.

Como já comentamos em outras ocasiões, os estudos atuais estão revelando que muitas das coisas que são feitas há muito tempo não são totalmente necessárias e, portanto, eles são dispensáveis ​​e que muitas outras coisas podem até gerar riscos que não existiam.

Com esta entrada hoje, na qual falaremos sobre o amnioscopia (resumindo: é o teste que é realizado para ver a quantidade de líquido amniótico e a aparência dele), iniciamos uma série de entradas cujo objetivo é conhecer as possíveis intervenções de rotina que podem ser realizadas em uma mulher que vai dar à luz em um hospital e saber como São recomendados ou como eles podem afetar o processo de nascimento.

O que é uma amnioscopia?

É um teste realizado pela introdução, vaginalmente, de um tubo de metal fornecido com uma luz (mais conhecida como amnioscópio), que permite iluminar as membranas da bolsa amniótica avaliar a coloração do líquido amniótico e, consequentemente, conhecer a condição do bebê.

Isso só pode ser feito quando a mulher iniciou o trabalho de parto, porque é necessária uma dilatação mínima (caso contrário, não será possível ver a bolsa).

O que pode ser observado?

Como explicamos, a amnioscopia é a visualização do líquido amniótico através da iluminação das membranas, através da qual um líquido claro pode ser visto em condições normais, com alguns flocos escamosos de vernix flutuando. Se um líquido avermelhado for observado, isso pode significar a morte do feto no útero. Se fosse esverdeado, provavelmente haveria mecônio que poderia causar sofrimento fetal e, se fosse amarelo, poderia significar a presença de bilirrubina, que pode ocorrer quando houver incompatibilidade de sangue.

Quando é feito?

Este é certamente o cerne da questão. Em muitos hospitais, há protocolos há algum tempo em que é estabelecido, rotineiramente, a realização de uma amnioscopia às mulheres que chegam internadas para saber se existe ou não um problema.

Em princípio, dito isso, parece que é melhor fazê-lo, mas parece que a tendência atual é o oposto por duas razões: uma, que Embora o teste acarrete um risco relativamente baixo de complicações, não está isento desse risco. e dois, que O teste fornece resultados falsos suficientes.

A amnioscopia oferece resultados falsos?

Assim é. Para mostrá-lo nos dados, em um estudo que analisou 289 amnioscopias realizadas em mulheres que já haviam saído de contas, observou-se que, com o referido teste não foi possível detectar a presença de mecônio antes do parto em 57% dos casos (Ou seja, de cada 100 casos com mecônio, apenas 43 foram detectados com amnioscopia).

Também foi observado que, quando a presença de mecônio foi observada, a incidência de sofrimento fetal não aumentou (talvez porque muitos dos que possuíam mecônio não foram diagnosticados e sofreram o mesmo que os detectados) e ficou evidenciado que a indução do parto também não melhorou. incidência de sofrimento fetal.

Os autores deste estudo concluíram que mesmo quando a mãe chegou, a amnioscopia não era recomendada:

A amnioscopia não é recomendada para o monitoramento de gestações pós-data.

Conclusões

O Serviço Nacional de Saúde, em seu último guia sobre Assistência ao parto normal, afirma que "A amnioscopia não é recomendada na avaliação inicial de mulheres de baixo risco em trabalho de parto". Daí resulta que Só deve ser usado se você suspeitar de algum problema e estar ciente de que um grande número de testes oferecerá um resultado falso.