Fome na gravidez relacionada a vícios de crianças

Um estudo muito revelador nos alarma sobre a possibilidade de que em países onde as mães passam fome durante a gravidez (especialmente durante o primeiro trimestre), existe o risco de aumentar o número de viciadas.

Pesquisa no Bouman Mental Health Care em Roterdã foi publicada no Addiction Journal e é, de fato, a primeira a estudar em seres humanos a relação entre exposição pré-natal à fome e vícios.

Os cientistas compararam os dados de homens e mulheres nascidos na Holanda entre outubro de 1944 e maio de 1945, na época da "fome de inverno", que ocorreu quando as autoridades alemãs impuseram o embargo total à Holanda.

Naqueles meses, as condições alimentares da população eram infelizes, consumiam uma média diária de menos de 1.400 calorias e até alguns meses abaixo de 1.000 calorias.

Eles observaram que os filhos de mulheres grávidas que haviam passado o primeiro trimestre de gravidez em meio à fome no inverno eram 34 por cento mais probabilidade de ser viciado.

Os cientistas explicaram que a fome alteraria o sistema de recompensa cerebral que se desenvolve durante o primeiro estágio da gravidez e é fundamental para o surgimento de um vício.

Estudos anteriores mostraram que a exposição pré-natal à fome aumenta o risco de esquizofrenia e outros transtornos mentais graves. Se o cérebro não se desenvolver adequadamente dentro do útero, certas anormalidades neurológicas podem ser desencadeadas, aumentando assim as chances de dependência.

Assim, o panorama é sombrio, porque já vemos o futuro que aguarda as regiões do mundo que passam por grandes fomes.