Não revele o sexo do bebê para evitar abortos seletivos

Infelizmente, a descendência feminina é inferior à preferida por muitas famílias de determinadas culturas, não é segredo, nem que abortos seletivos sejam realizados quando o feto é conhecido como feminino. O que me surpreendeu é que em um país como o Canadá um debate sobre ocultar ou não o sexo do bebê para evitar esses abortos seletivos.

Um editorial da revista médica da Associação Médica Canadense (CMA) pediu aos médicos que ocultem o sexo do feto de todas as mães grávidas até 30 semanas de gestação para evitar o aborto seletivo por imigrantes asiáticos.

Outro artigo da mesma edição da revista adverte que o Canadá se tornou um "paraíso" para pais que interrompem a gravidez de fetos femininos em favor dos homens devido à possibilidade de testes pré-natais avançados e de fácil acesso ao aborto.

O editor-chefe da revista mencionada destaca no editorial que essa prática que ocorre por milhões na Índia e na China também ocorre na América do Norte em número suficiente para distorcer a relação homem-mulher em alguns grupos étnicos.

Embora existam poucos estudos avaliando a frequência dessa prática entre imigrantes no Canadá, o editorial aponta para pesquisas que sugerem que seleção de sexo É mais comum entre os da Índia, China, Coréia, Vietnã e Filipinas que já têm pelo menos uma filha.

Mas há quem veja nessas vozes uma onda conservadora que procura limitar os direitos das mulheres e não apenas em termos de abortos seletivos, mas também em termos de direitos de informação médica, porque, na realidade, poucos casais preferem não conhecer o sexo do bebê. antes de ele nascer E sem negar isso aborto seletivo é "inaceitável".

Além disso, não está claro se, entre as propostas para proibir expressamente a divulgação do sexo do feto antes de sete meses, quando é tarde demais para um aborto, seria extensível a todos os contextos ou apenas a mulheres de origem asiática, que Parece mais discriminatório, se possível.

De qualquer forma, a polêmica proposta do editor da revista médica foi bem recebida por grupos conservadores, mas não pelos defensores do direito ao aborto, que alertaram que o debate vai muito além do aborto seletivo por sexo em grupos minoritários.

Também há quem veja no futuro a extensão da urina ou dos exames de sangue para conhecer o sexo do bebê desde cedo uma multiplicação de abortos seletivos.

Em suma, é um assunto delicado, complexo e com diversas implicações que não revele o sexo do bebê para evitar abortos seletivos no CanadáCertamente vamos ouvir mais sobre ele e mantê-lo informado.